3 de outubro de 2012

Frescura na goleira.

Foi-se o tempo que jogador de futebol gostava de jogar futebols. Agora o importante é a conta do banco. No caso da seleção brasileira, é também de bom tom pegar a taça na "mão grande", não jogando bola sob alegação de iluminação baixa. Que bando de fanfarrão - a começar pelo bobo da corte. Ah vá. Frescura tem limite.
Mano Menezes - o fanfarrão técnico da Seleção Canarinho.

8 de março de 2010

Mulher de verdade é mulher de salto. Mentira!


Hoje é um daqueles dias que nos surpreendemos com os homens que nos cercam. Além do usual bom dia, ou um tudo bem, ou até um olá, hoje acompanhou o abraço e o reconhecimento de que só o fato de ser mulher, nos torna merecedoras de uma data para lembrar a importância da nossa essência para a construção de um mundo. Não melhor ou pior, mas a simples colaboração, já que não estamos aqui para julgar quem faz o papel de líder, peão, mocinho ou bandido.

Quando era pequena, pouco mais de três anos, em meu pequeno universo de bonecas, cavalos (fui criada no interior), dos “problemas” inerentes à pouca idade, minha única certeza na vida era de que só seria mulher quando pudesse usar salto alto. Do tipo fininho mesmo, de preferência aquele que dá a sensação de que a pessoa precisa levitar para se manter em cima. Até lá, definitivamente, não seria uma mulher de verdade. No máximo uma estagiária do gênero. Me passou pela cabeça também, e notem que era criança nos anos 80, que deveria ser loira. Mas a Madonna fez o favor de ficar morena no início dos anos 90 e isso logo ajudou a me realocar no prumo e dissolver esse pensamento. Nada contra as loiras, só uma questão de estética mesmo. Enfim, conforme os anos foram passando essa certeza não diminuía. Minhas incursões ao mundo das mulheres eram pequenas aventuras em cima dos saltos da minha mãe e da minha tia. Um ensaio para o que eu encontraria mais adiante. Ainda era um tempo em que o relógio não se apressava e que as tardes eram imensas. As férias longas o suficiente para sentirmos saudades do colégio. Uma preparação eficiente, achava eu, para o grande dia em que me tornaria mulher. Ledo engano. Não contava com a menstruação, que me tornaria “mocinha”, antes de ser mulher. Não tinha ensaio para isso. Não tinha nem jeito de caminhar “acavalada” em um absorvente, mas sem saber, dei meus primeiros passos como a mulher que seria, com coragem para o lugar mais íntimo e mais hostil. O colégio. Sobrevivi. Vocês perceberam, lógico.


Continuando. O trauma da menstruação não chegou a me abalar. Nem pelo fato de ter ocorrido quando somente meu pai e meu tio estavam em casa. E ambos agiram com a maior naturalidade. Isso, talvez, tenha me tornado uma pessoa mais confiante de que meu grande dia como mulher chegaria em grande estilo. Como de fato chegou. E no mesmo ano. Na minha formatura da 8ª série.

Lá estava eu no alto dos meus sapatos pretos, de pelica (cruzes) e de salto meio gótico (cruzes²). Me achei poderosa. Era a oradora da turma e me sentia maior do que a Madonna. Nossa, isso era o máximo que eu poderia querer. Do que qualquer adolescente da minha época poderia querer, mesmo sendo totalmente grunge e escondendo isso como o terceiro Segredo de Fátima. Aliás, esse sufoco eu passei e volto um pouco no tempo para relatar minha angústia de querer desesperadamente usar saltos sem me livrar dos All Star ou do meu Reebok fitness vindos da Disney. Grunge sim, mas limpinha e patricinha, confesso, afinal, os mais gatinhos eram os bad boys, certo?

Continuando. No outro dia, ou até no mesmo dia, a ficha caiu. Eu ainda não era uma mulher. Para isso eu precisava ir e voltar pra casa sozinha antes e depois das festinhas. Nossa, quanta preocupação na vida. E então, vieram os 18 anos, com eles a carteira de motorista e a confiança dos meus pais em me liberar o carro à noite. - Oba, sou uma mulher agora. Pai, abre a carteira. - Ops, ainda falta alguma coisinha pra ser mulher. Não foi dessa vez.

Vieram a faculdade, uma viagem e uma carreira. Nada me fez sentir a mulher que um dia eu sonhei que seria, nem em cima do salto, ora vejam. E a essas “alturas” eu nem pensava mais em ser a Madonna. Mas o que estava faltando, então? Claro, um filho. Veio a filha. Linda, uma mulher. Um pedaço de mim que me revelou muita coisa. Me fez reavaliar muitas escolhas. Me trouxe uma alegria que nem sabia que existia. Uma coisa meio assim, sabe? Sem palavras? O tal amor incondicional. E nem assim me sinto a mulher que sonhei em ser. E olha que a coleção de sapatos de salto aumentou com o passar dos anos. A feminilidade não se abalou pelos anos grunge e nem sucumbiu à moda dos ombros largos dos anos 80. Ufa. Mas ainda assim falta muito pra ser a mulher que é a minha mãe, as mulheres que são minhas tias, primas, amigas e conhecidas. Continuo querendo ser como a Madonna, que agora encontrou Jesus. Menos loira e com os saltos mais baixos.

Neste dia 8 de março, além do meu depoimento sobre a caminhada em busca da minha essência feminina, quero dizer que consagro meu júbilo por ser mulher e ter tido a sorte de usar salto, à liberdade de descer dele para meus All Star, de escolher a minha profissão, de mudar quando quis, de fazer o que tive vontade. E quero parabenizar minhas companheiras de gênero por fazerem o mesmo, não antes de agradecer nossas mães, tias e avós por terem dado o exemplo, terem ido adiante. De terem tido a coragem de almejar o que almejamos hoje. Com muito mais facilidade. E nem entrei no assunto liberdade, igualdade, fraternidade que a data nos evoca. Foi pura nostalgia e carinho. E uma oportunidade de vocês lembrarem as mulheres que sonharam ser, são e serão.

Feliz Dia Internacional da Mulher!
Obrigada meninos pelo carinho.


O sonho começando cedo demais.


4 de agosto de 2009

Ser gorda, olha só, não engorda





Já viram que pessoas magras sempre se acham gordas perto de outras mais gordas?
Adoro concordar!!!



Gente, eu sou o que se pode chamar de gordinha light. Nada de comidas leves ou refrigerante zero, explico. Nunca tive problemas com minha auto-imagem, nunca deixei de sair e abafar, nunca quis morrer porque uma roupa não me entrou e jamais permiti que alguém me fizesse acreditar que não era bonita. Aliás, modéstia nunca foi meu forte. Sou, então, o que se pode chamar de gordinha com cabeça de magra. Isso existe? Até agora sim. Mas vejo que o futuro não vai ser assim tão amigo. As coisas precisam mudar e as minhas roupas diminuírem. Sucumbi e admito que dietas sem fim já não resolvem mais. Aliás, pensando bem, vou me ajeitar com a lei, e um jeito radical, pois emagrecer, hoje em dia, parece coisa prevista no Código Penal. Um crime os quilos a mais. Um crime hediondo ser gorda. Até a Gripe A (H1N1) resolveu sacanear o povo size plus. Queria dizer assim: Ô, não está na hora de cada um olhar para o seu umbigo? No caso os que ainda conseguem, claro? Mas o fato é não posso deixar que as complicações apareçam. Olívia (minha filha de 14 meses) iria me cobrar.

Esses dias fiquei pensando na frase preferida do povo brasileiro: a esperança é a última que morre. Gente, combinemos que é uma agonia sem fim esse negócio. Se tudo der um resultado como final de novela, ótimo. Mas se o último capítulo for mais para Romeu e Julieta, haja lágrima. Bom, eu sou gordinha desde que nasci. No início é fofo, e até uma obrigação. Tudo pra que a criança seja amada, conquistando a tudo e a todos. Conforme o crescimento avança, e em alguns casos para os lados, a coisa toda complica. Berros ou palavras de ordem para a coitada da criança não comer. Adultos obesos por trauma de mãe histérica, anoréxicas por trauma de mãe histérica, bulímicas por trauma de mãe histérica. Sempre é culpa da mãe, inclusive quando elas não existem. Daí sim, claro que é falta de mãe. Não é meu caso, porque não me encaixo em nenhuma das alternativas anteriores, mas confesso que seria mais simples de justificar. (Eu sorri?)
Bom, o caso, povo, é que ser gorda, não engorda. Parece que algumas pessoas precisam ficar falando que estão gordas ao lado de outras que, visivilmente, são maiores. Que sacanagem é essa? Ficar perto de gordo, não engorda. Não há crédito de calorias entre duas pessoas que se encontram. Pelo menos não nos modos formais.
Então, magras, testemunho meu: quando passarem por uma gordinha sorridente e feliz consigo mesma, relaxem, ela não vai provocar uma reação química capaz de engordar seus corpos magros. Sou assim há mais de 30 anos e sempre fui feliz. Tentei engordar minhas estagiárias que vestiam 36, mas só evoluí para o 37,5. Nunca deixei de fazer nada na vida pelos quilos que cultivei. Sempre saudável, nunca havia percebido o risco do peso a mais, mas depois da década que nos separa da adolesência para nos empurrar à vida adulta vi que era hora de mudar. Vou, finalmente, me submeter a uma cirurgia pra mudar de estilo. De uma vida com rostinho cheio e alegre, terei que reconhecer no espelho as bochechas magras, mas ainda assim rosadas de blush. Essa vai ser a minha vez de sair do casulo. Espero que goste do resultado. E que fique claro, felicidade não tem tamanho. Talvez tenha nome, idade e até conta bancária, mas dificilmente tamanho.

26 de fevereiro de 2008

Casamento de Macaco atrai 3 mil pessoas na Índia



Antes de ler essa matéria, por favor, dêem uma corrida de olhos no post sobre o Dia do Beijo logo abaixo...






O casamento de dois macacos atraiu 3 mil pessoas na região de Ghanteswara, próxima da capital do Estado de Orissa, no leste da Índia. A multidão presente na cerimônia, realizada na última quinta-feira, foi recebida com um banquete de arroz, lentilhas, verduras, peixe e doces. Além disso, o casal recebeu vários presentes dos convidados, inclusive um colar de ouro para a noiva, dado por um comerciante da região. "Foi uma experiência única para mim", disse o ''padre'' (N.A. não entendi essa parte, já que as famílias são hindus), que realizou a cerimônia, Daitari Dash. "Foi a primeira vez que conduzi um casamento entre dois animais, mas segui todos os rituais como eu faço em casamentos entre humanos", disse.
Os "noivos" foram criados por duas famílias diferentes como animais de estimação. Eles eram mantidos presos por correntes antes do casamento, mas foram soltos depois da cerimônia. Os macacos são considerados sagrados na religião hindu e por isso, o casamento entre os animais é visto como um evento espiritual que traz benefícios para a comunidade. Apesar disso, os donos dos "noivos" afirmaram que os tratavam apenas como animais domésticos e que a decisão de casar os macacos é fruto apenas do afeto que sentiam pelos animais.


''POMBINHOS'' - A "noiva" Jhumuri estava vestida com um longo sari vermelho de cinco metros e foi preparada com pasta de sândalo, como se faz com as noivas humanas. Já o "noivo", Manu, foi levado ao templo em uma procissão na companhia de centenas de animados espectadores. A procissão contou com música, fogos de artifício e danças.
As mulheres receberam o noivo com uivos sincronizados - típicos no casamento hindu - enquanto sacerdotes cantavam hinos sagrados. "Senti como se minha própria filha estivesse casando. Não acredito que ela não estará mais com a gente", disse Mamina, que cuidava da macaca Jhumuri.

Livre adaptação da matéria veiculada na BBC BRASIL.com, por Letícia De Castro - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização escrita da BBC BRASIL.com.
Comprovada a teoria de que os indianos são mesmo os inventores do beijo!!!

22 de novembro de 2007

O primeiro All Star

Tia Paula e tio Jairo souberam da novidade foram logo providenciar o primeiro All Star do neném. Branquinho básico porque ainda não sabemos se vem menino ou menina por aí. Obrigada tios pelo carinho e atenção. Ficamos muito felizes com o mimo e com a visitinha. Queremos mais!!!


Letícia De Castro
(a mais ansiosa)

16 de novembro de 2007

Eu cheguei ao meu melhor

Descobri um sonho...um sonho que não sabia possível. Sabe aquela coisa mais linda que pode haver e que a gente nunca está preparado totalmente pra receber e se assusta com tantas possibilidades? Sabe aquele beijo perfeito, na noite perfeita, com a pessoa perfeita, uma sensação de que a vida, o mundo, o ar pode parar pra nunca mais acabar??? Então, eu cheguei nesse momento: ESTOU GRÁVIDA!!!!


Isso mesmo, cheguei ao dia mais esperado da minha vida e não vejo a hora de olhar a carinha, as mãozinhas, os pezinhos, os sorrisos, os primeiros espirros, as palavras intelígiveis, os passinhos errantes...ai cada coisa. Noites em claro com medo da febre .... Tudo isso é tão esperado que chega a dar medo. Tudo o que a gente conhece como medo, perigo, natal, páscoa, violência, segredos.... isso tudo toma outras proporções quando o útero recebe a única coisa capaz de mudar até a cor da cidade que vemos e acostumamos a passar todos os dias.


Essa fase, em que ainda não sei se vai ser a Olívia ou o Bernardo ou Thomaz, a incerteza é geral. Será que dá pra se depilar com cera? Será que dá pra tomar paracetamol pra dor de cabeça? Será que dá pra fazer hidorginástica antes das 14 semanas? Ai, tantas questões pro meu abnegado obstetra Heitor (o mesmo que me trouxe ao mundo - bem emocionante)..... Tudo com tanto amor que chega a doer!!! Uma dor boa, e nunca achei que isso fosse possível!!!!


Eu amo uma pessoa que ainda não vi. Eu amo um ser que concebi sem saber, sem querer, sem poder....e ainda assim, amo. Amo ter não sabido, não ter planejado e sem poder. Agora eu posso tudo. Agora eu sei o que é ser uma Mulher Maravilha. Eu sou, eu vou, eu estou uma Mulher Maravilha...Maravilhada!!!!!


Olhem os presentes do povo mais abobado do mundo...tios, tias, dindas, avós, bisavós, amigas .... Reparem em todos os aparatos do Grêmio que a família Fernandes deu jeito de trazer assim que souberam da novidade. A almofada e o primeiro Fischer Price são mimos da Dinda Aninha, assim como o pijama amarelo. No caso de ser a Olívia, o cachorro cor-de-rosa é presente da tia Fernanda. As pantufas de patinho são da tia Gisa. Meinhas coloridas, tia Carol, meia amarela, tia Miriam....ui, cansam esses paparicos!!!!



Letícia De Castro

(Um chuchu se reproduzindo, e bem feliz, beeeeem feliz)

14 de abril de 2007

13 de abril, Dia Internacional do Beijo



Ontem foi dia do beijo

Bom, todos sabem que escolher uma data para comemorar seja lá o que for sofre um processo cultural independente da origem – podendo ser comercial, dogmático ou tirano. Com o beijo, nada diferente, não se sabe quem instituiu o Dia do Beijo e nem ao certo quando o delicioso acompanhamento do afeto surgiu. Há quem diga que foi no ano 500 antes de Cristo, na Índia; e os indianos são conhecidos pelo culto ao sexo e ao prazer, bem faz eles, digo eu.

Mas continuando, Charles Darwin, no entanto, acreditava que o beijo se tratava de um processo evolutivo das mordidas que os macacos davam nos parceiros em ritos pré-sexuais, notemos aí que as preliminares já eram importantes. Convenhamos, Darwin não era lá muito romântico, mas o que ele diz sobre o movimento da boca faz sentido – se é que alguma coisa faz sentido em se tratando de beijos. Pensemos, as macacas, nossas primas chegadas, são conhecidas pelo gênio difícil. É provável que tenham começado a reclamar da força das mordiscadas dos seus amantes macacos - pouco acostumados com o carinho pós-coito. Os primos macacos, não suportando mais a ladainha das primas macacas, foram cedendo e adaptando a dentada pelo leve toque dos robustos lábios. E para falar a verdade, uma teoria não anula a outra. Os indianos são ótimos observadores e cultuam, entre outros animais, os macacos. Vendo os beijos dos nossos primos, talvez tenham incorporado o “jeito” para deleite humano. Sábios indianos.

Bom, mas há também quem diga que o beijo surgiu das lambidas que os homens das cavernas davam em seus companheiros em busca de sal. Ou ainda uma variante de um gesto de carinho das mulheres das cavernas que mastigavam os alimentos e punham na boca de seus filhos pequenos. Menos sensual essa hipótese, mas ainda assim possível já que Freud explica o comportamento diante da relação mãe-filho num processo bem parecido. Com tudo isso, porém, ainda acho que os indianos ganham longe na adaptação.

O fato é que independente da origem, o beijo é uma instituição do carinho. Hoje em dia, talvez, possamos até dizer que é normal beijar sem afeto, mas gostar de alguém sem beijo é crueldade. Diante disso, criou-se a necessidade de eleger um dia inteiro para lembrar as pessoas o quanto o gesto de encostar os lábios na face, na boca ou no vasto horizonte do prazer humano é imperativo. Palavra chave: lembrar. Em alguns países existem as chamdas “Paradas”. Parada do dia da criança, parada do dia de ação de graças, parada gay – já tradicional por aqui também, parada da independência, ou seja, um dia de parar para refletir sobre as conquistas, as formas, as evidências e as tendências – não propriamente nessa ordem. O beijo até tem algo parecido na Parada do Amor em Berlin, mas perde feio para as lutas anti-segregadoras do homossexualismo. Beijo mesmo, mais para chocar.

Em razão disso, proponho então, uma “Parada do Beijo”, todo mundo beijando filhos, avós, primos, amigos, namorados, cônjuges, amantes, desconhecidos, vizinhos, colaboradores, sócios, colegas, flores, bichos. Essa infinidade de pequenas sociedades que nos movem na transformação diária. Essa transferência de experiências, mesmo na rotina, possibilita elementos de surpresa. Ok, segundo quem? Segundo eu mesma, oras. Isso não é um fato científico até agora, e menos ainda uma matéria com fonte conhecida. Sou eu dizendo que beijos são sempre surpreendentes. Se for um beijo sem caso, que seja descartado, mas que exista para ser mais um elemento comparativo.
Ontem beijei conhecidos, desconhecidos, amigos, parentes. Alguns virtualmente, outros in persona. Beijos ao ar, ao mar, ao par. Sem fronteiras e sem vergonha, beijo é beijo e eu me mordo por um, dois ou mil. Beijo quente, molhado, mordido, suado, na chuva.... no início, durante e no fim. Pescoço, dorso, bochecha, boca, nuca... “ e sempre e tanto, que mesmo em face do maior encanto, dele se encante mais meu pensamento” para não deixar de falar em Vinícius de Moraes.

Imagem: O Beijo de GUSTAVE KLIMT in 1907/8.




(Letícia De Castro, beijoqueira de sempre e tanto...)

25 de março de 2007

Notícia mais linda de 2006

Marido canta e mulher acorda após 10 anos em coma

Uma chinesa recuperou a consciência após 10 anos em coma, depois de seu marido passar todo esse tempo cantando ao lado da sua cama, informou hoje o jornal China Daily. O casal, que se conhecia desde a infância, está casado há 50 anos e vive na cidade de Nanjing, capital da província de Jiangsu, no leste da China.

Chang entrou em coma em 1996, após uma grave doença. Seu marido, Yang, lembrou que quando os dois eram jovens uma das coisas de que ela mais gostava era ouvi-lo cantar.
Com a esperança de despertar a mulher, Yang, que atualmente está com 75 anos, começou a aprender a tocar teclado e compor canções para ela.
Segundo os médicos, Chang abriu os olhos no momento em que Yang acabava de cantar um desses temas, e pronunciou "claramente" o nome do marido.
Fonte: EFE
Agência Efe - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização escrita da Agência Efe S/A.
( Seguindo a acreditar na humanindade, Letícia B. De Castro)

3 de janeiro de 2007

Liberdade, Igualdade e Democracia


Dia desses estava "futricando" as minha comunidades do Orkut e achei a do Saramago. Fiquei curiosa porque me dei conta de que, embora seja parte deste grupo de pessoas que admiram o autor, nunca havia dado atenção ao conteúdo da página. Qual não foi minha surpresa ao ler o relato de um jovem que foi a Portugal e se chocou com a antipatia do povo português para com seu ilustre escritor. Ao que me faz pensar que não somente as pessoas deixaram de entendê-lo, mas jogaram-no ao vácuo da história da literatura portuguesa.
É espantosa a capacidade que alguns têm de desvalorizar o que é seu. Não é fato só em Portugal, mas em todos os lugares. Com alguma ressalva pros gaúchos, baianos, americanos, russos, mexicanos e cubanos, orgulhosos de revoluções perdidas, tradições centenárias e lendas urbanas. Saramago é uma mente livre, um nome sem um único sujeito, mas vários. Uma pedra de saber e uma pena leve de alegria.
Não posso aceitar, a já sabia dessa rejeição ao Saramago em Portugal, que os nossos colonizadores sejam tão capciosos a esse ponto. Como alguém disse, pode ser parte do "catolicismo", mas ainda acho que é mais longe, surge da incapacidade de abrir os olhos ao fantástico. Há quem não aceite a liberdade, ainda menos a alheia. Há os que nem entendem a diferença de liberdade, igualdade e democracia. Como esperar que amem Saramago como nós, brasileiros acostumados a buscar os três conceitos? E pensar que eram ótimos navegadores - agora não conseguem enxergar além de seus próprios ombros - ensaiando a cegueira dominante, talvez.
Saramago, alheio a isso, vislumbra o horizonte fértil da literatura, da liberdade e da busca pela igualdade. Quem o viu falando sobre a Utopia, sabe exatamente a que estou me referindo. Pena os portugueses não lhe darem ouvidos, teriam muito o que aprender sobre si mesmos.
Letícia de Castro
(cega, surda e livre da mediocridade)

21 de novembro de 2006



Necessidades II

Preciso de um café forte, de açúcar na ponta do dedo, idéias luminosas, caras novas, amigos de sempre, amigas sinceras (existem), segredos de liquidificador – seja lá o que for. Um amor sem dor, um dia sem pressa, uma lua completa, uma noite cheia e um sapato confortável. Uma bandeira pra defender, uma luta pra acreditar, uma música pra escrever, um livro pra pensar, uma sinal pra entender.
Preciso de pessoas com defeitos diferentes dos meus, carinho no pescoço, perfume novo, um puff confortável, uma tarde no aeroporto pra partir pra lugar nenhum. E claro, de um creme hidratante novo.
(Letícia de Castro, falei massagem?)