29 de abril de 2006

Dor ....

Ainda me é um mistério como um escravo se mantinha em pé, com a força dos pulmões em dia e com o coração em pleno funcionamento diante da opressão e da dor. Negros vivos em corpos fracos pela dor, e ao mesmo tempo fortes pela lida insuportável.
É sufocante saber que existiu um mundo escravagista, é dolorido descobrir a tortura aos negros, indígenas e outros tantos povos que sucumbiram à sede de poder e cobiça dos ignorantes.
A dor maior é saber que escravidão está longe de acabar. E ainda pior à medida que os expostos a esse absurdo vão mostrando carinhas inocentes e ainda indiferentes ao que a vida lhes deve: dignidade. Crianças em regime de trabalho escravo no Brasil - meu país que acolheu negros africanos pra construir uma riqueza que jamais chegou a beneficiá-los, bem oposto disso. Matou, surrou e injustiçou. Se hoje temos uma cultura forte, uma lingua linda e um povo genuinamente alegre, temos que reconhecer o esforço dos negros indomáveis. Saíam do tronco com a alma renovada pelas feridas da injustiça. Devemos muito aos negros e ainda há gente que não entende.
Até quando o ser humano vai se auto-destruir? Até quando as pessoas vão ignorar o fato de que independente de cor, credo, tamanho e lingua, são todos feitos da mesma essência. Digo isso com um medo enorme de estar enganada, pois não me vejo numa mesma "espécie" que estes brutos dominadores fazem parte. Não entendo e não aceito.
Alguém aí entende? Se aceitar, por favor, nem me contem, a inconformidade seria intolerável até pra mim que pratico a tolerância.
P.S: escrevo isso depois de dormir à tarde e sonhar que estava vendo um escravo sendo "torturado" no tronco.... Não sei porque raios sonhei com isso, mas o fato é que acordei chorando. Meus sonhos são loucos..... Muito loucos.

Letícia De Castro
(Vivam e deixem viver malditos opressores)

19 de abril de 2006


"Cansei de ser sexy".... calma, é só uma banda que estou ouvindo ultimamente.
Sem assunto, sem sono, sem inspiração. Só não posso dizer sem vergonha porque isso está sobrando pra 8 gerações. Ô vida.... Ah o açúcar é pra adoçar a vida depois de um feriado de páscoa - ok, estava doce, mas o feriado acabou e com ele minha paciência pra ser o que os outros querem que eu seja, faça o que esperam que eu faça e diga o que querem ouvir....cansei...vamos ao açúcar.

Letícia De Castro

(sem biografia interessante de mim mesma)


12 de abril de 2006

É campeão, É capeão Grêmiooooo




Bom, ainda sem palavras, traumatizada pela rebelião do meu sistema hepático e já recuperada da euforia de ser mais uma vez campeã com meu time, vim só dar uma "desculpa" esfarrapada pra minha ausência do blog.

Não que eu tenha muitos fãs, mas os poucos são muito exigentes, o que é ótimo, por isso vim me justificar.

Guris e gurias, em breve volto com mais "abobrinhas" do mundo de Chuchu!!!!

Amanhã mesmo, aguardem.

Beijão

Letícia De Castro
(cumprindo acordo de trégua pro fígado - até hoje hehehe)

7 de abril de 2006

Dia do Jornalista

Muita coisa me passa pela cabeça nesse dia. Uma comemoração de pertencer a uma classe trabalhadora, mas ao mesmo tempo, preocupação de não se sentir inserida na pauta.


Pertinente um texto que recebi do amigo Montserrat falando da diferença do profissionalismo e da vocação. Aqui estou eu, no dia do jornalista em busca da própria conclusão se sou uma profissional ou uma jornalista por vocação. O texto se referia à vocação para a política, e eu só sofrendo pelo profissionalismo dela. Mas esse é outro assunto.


Estou em crise profissional justamente porque não consigo exercer da maneira que gostaria a minha vocação. Se é que alguém ainda acredita em fazer as coisas por prazer, por respeito ou com dignidade. O jornalismo, quando ainda nem sabia o que queria como profissão, mas sentia a vocação pra comunicação me chamando, era um território livre, conquistado pelos rebeldes das artes dos anos 70. Esse era o ambiente que eu sonhava no jornalismo. No meio do caminho - na faculdade - já comecei a ver a imagem turva da censura.


Quem tem empregador sabe do que estou falando e quem tem o vírus da informação também. É claro que trazemos um conhecimento empírico, uma formação que nos impede de ser imparcial - utopia achar possível a imparcialidade num mundo tão à direita. Ou se é contra ou a favor, e não me venham com FHCsismos de centralização que não cola.


Pois bem, dia do jornalista e o máximo de homenagem que consigo prestar aos colegas é dizer que não tá morto quem peleja. Que Herzog não morreu a toa, que a liberdade de imprensa, embora hoje conhecida como liberdade de empresa é possível nos livros, nas biografias, nos quadrinhos, nas rodas de amigos, no msn, no telefone e no e-mail.


Muito boa sorte caros amigos, que a agência nos prestigie com boas contas e que a carta fique cada dia maior. Continuemos observando a imprensa como as bundas dos transeuntes entre as folhas do estado ou do globo todo. Nós temos sim uma vida super interessante, digna de admiração e veja você, que a zero hora nos entorpece com o sono emburrecido, o povo corre pro correio e a moda é ser fiel aos que nos pagam. Isto é, o importante é estar calado aos problemas, cego na incerteza e surdo para a denúncia. E quando houver denúncia, não precisa correr pra confirmar - publica que depois a gente pensa nisso.


Está difícil com o jornalismo imediato e portanto perigoso de acreditar. Fica difícil com a edição irresponsável ou responsável pelas finanças da empresa. Continua complicado, mas nós somos vocacionistas. Arte, política, economia, esporte, beleza, cultura, gastronomia, informática, crianças, moda, cinema, tv, fechamento de jornal, reunião de pauta, marcar com a fonte, editar o vt, entrevistar o convidado no estúdio, buscar uma vinheta, sonhar com as férias, beber e falar das pautas inúteis, repórteres reclamando dos produtores, editores reclamando dos repórteres, produtores levando problemas pra casa e chefia insatisfeita com a vida. E claro, a glamourização do jornalismo que nos impele ao desemprego.


Parabéns.