29 de março de 2006

Dia dos bobos


Companheiros tricolores, ouvimos sempre que ser gremista é achar que dá. Essa frase nunca fez tanto sentido quanto nessa semana, pois acreditamos – mais ainda depois da final com Náutico – que ser gremista é ser maior que expectativas e previsões, é saber que não importa o resultado. Compreender que a história do Grêmio é a nossa maior fonte de energia.

Sábado, dia 1º de abril de 2006, 16 horas, Olímpico lotado, torcida motivada e colorida. Essa é a imagem que vai ficar na cabeça dos colorados corajosos presentes no Monumental quando se perguntarem de onde tiramos essa paixão. Não vão entender de onde vem o resultado da união entre torcida e time e atribuirão a lenda do dia dos bobos à derrota dos colorados. O segundo jogo, já em casa, não vai ser menos tenso, ao contrário, será desesperador pra eles que já não sabem como acreditar no próprio clube. O sentimento ou sensação familiar aos colorados é o medo, gremista só conhece fé, esperança e certeza.

Então companheiros, a obrigação é deles, o lucro é nosso. Quando formos campeões do gauchão os colorados vão precisar de uma carona do nosso astronauta Marcos Pontes pra saírem do planeta. Colorado nenhum vai dormir nesta terra que há muito tempo tem dono – o Grêmio Futebol Porto-alegrense.

Palmas pros tricolores que não se abatem nas previsões. Força guerreiros que entrarão em campo pra confirmarem nosso retrospecto de conquistas difíceis e por isso mesmo tão valorosas.

1º de abril, dia nacional dos bobos do internacional. Pra não perder a piadinha e trocadilho infame: que venha o GRE – nalda. Desculpem, foi mais forte.

Força Grêmio – hey.

Letícia De Castro
(sem limites pra paixão)

28 de março de 2006

Esporro de poeta dói mais que surra de vó

Passeando pela net pensando na vida e na ordem das coisas e me dando conta que essa ordem faz menos sentido a cada dia que passa, me deparei com esse poema do Vinicius Poetinha Que Cala Fundo dos Meus Medos de Moraes .... ele tem um efeito avassalador sobre mim, sempre que eu leio Vinicius algo se transforma. Lá vai:
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Quem já passou por essa vida e não viveu
pode ser mais, mas sabe menos do que eu
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Porque a vida só se dá pra quem se deu,
pra quem amou, pra quem chorou, pra quem sofreu
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Quem nunca curtiu uma paixão
nunca vai ter nada, não
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Não há mal pior do que a descrença,
mesmo o amor que não compensa
é melhor que a solidão
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Abre os teus braços,
meu irmão, deixa cair,
pra que somar se a gente pode dividir
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Eu francamente já não quero nem saber
de quem não vai porque tem medo de sofrer
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Ai de quem não rasga o coração
esse não vai ter perdão
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Quem nunca curtiu uma paixão
nunca vai ter nada, não...
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O medo de me arrebentar estava maior que o medo de nunca mais sentir o friozinho na barriga e a ansiedade pelo telefonema despretencioso.... acordei poetinha.
Te amo, esteja na estrela que estiver, obrigada!
Letícia De Castro
(levando esporro do Vinicius de Moraes)

18 de março de 2006

On the Road

Estou com o pé na estrada, ou com as trancinhas no ar, como queiram, por isso estou temporariamente sem postar nada. Na volta conto umas curiosidades e mostro fotos.
Curitiba está fervendo com o Festival Nacional de Teatro e dois eventos da ONU tratado da Biodiversidade.... Tô no lugar certo, na hora certa hehehehe.
Beijão e cuidem-se!!!!

12 de março de 2006

Fome??? Então vejam isso

O pessoal voltou com fome do carnaval.
Ontem à noite, depois de muita dança, risadas e algum teor alcólico alterado resolvemos comer cachorro-quente, por mais temerário que isso pareça, foi um desejo coletivo. Fomos a procura do cachorro tradicional, o da República. Bom, a má notícia veio com a cara de debochado do vendedor dizendo que tinha acabado o pão. Por mais irônico que pareça, a corrocinha fica em frente a uma padaria 24 horas. Ok, ainda há o Habbib´s aberto, sim porque as outras lancherias dos entornos da Lima e Silva estavam todos de portas cerradas. Rumo ao Habbib´s com muita fome e já na porta a notícia: não tem esfirra e kibe. Bom, mas tem os outros né, ao que o moço da portaria respondeu positivamente. Entramos, sentamo-nos e fomos fazer os pedidos. Resultado: saímos da lancheria "árabe" com fome, pois nada havia pra comer. Acabamos no "Mac Donalds". Até que enfim... daí minha vontade de comer se resumiu somente a uma batata frita gigante e um suco de uva do tamanho "combo", segundo a espirituasa amiga Nai.
Se forem comer em bares em Porto Alegre sugiro que façam um lanche antes de sair, pois podem ficar só na vontade.

Letícia De Castro
(fome de escolher o que comer)

8 de março de 2006



Homenagem às colegas de gênero,
que continuam exalando perfume,
distribuindo charme,
afirmando a competência e mostrando
a sensibilidade tão precisada
nesse nosso mundo a beira do caos!!!
Parabéns gurias.
Ao lado, um presentinho pra lembrar que nós somos tudo, menos bobas de dispensar a atenção, carinho, massagem e outros chamegos.... desses nossos homens hehehehe
Ah, a Cíntia me mandou o texto abaixo, achei muito legal e estou repassando em homenagem a ela e a nós!!!

Mulher ao Espelho

Hoje, que seja esta ou aquela, pouco me importa.
Quero apenas parecer bela, pois, seja qual for, estou morta.
Já fui loura, já fui morena, já fui Margarida e Beatriz,
Já fui Maria e Madalena. Só não pude ser como quis.

Que mal fez, essa cor fingida do meu cabelo, e do meu rosto,
se é tudo tinta:
o mundo, a vida,o contentamento, o desgosto?

Por fora, serei como queira, a moda, que vai me matando.
Que me levem pele e caveira ao nada, não me importa quando.

Mas quem viu, tão dilacerados, olhos, braços e sonhos seus,
e morreu pelos seus pecados, falará com Deus.
Falará, coberta de luzes, do alto penteado ao rubro artelho.
Porque uns expiram sobre cruzes, outros, buscando-se no espelho.

Cecília Meireles

"Até quando terás, minha alma, esta doçura,este dom de sofrer, este poder de amar,a força de estar sempre – insegura – seguracomo a flecha que segue a trajetória obscura,fiel ao seu movimento, exata em seu lugar...?"

Cecília Meireles

4 de março de 2006

Surpresa


Na verdade o erro maior é agir todos os dias como se fossem ordinários, normais, sem espaço pro novo ou pra surpresa. Não sei nem se é erro, mas definitivamente é um desafio acordar e ver tudo estranho, não no sentido negativo, mas surpreendente.

Conhecer alguém diferente todos os dias, reconhecer um lugar que só foi visto nos nossos sonhos, sentir o gosto de uma comida exótica, ver sob outro ângulo o gol que deu o título do time favorito, amar de todas as formas, sentir o frio na barriga com um olhar, se apaixonar todos os dias.

Assisti ao filme “Como se fosse a primeira vez” com Adam Sandler e Drew Barrymore, filme bobinho, mas que cala fundo no coração de uma mulher a beira de um ataque de nervos porque não consegue achar o caminho do meio entre a entrega total a alguém ou a indiferença. Parece cruel falar assim, mas é exatamente o que nós, mulheres dos anos 2000 nos tornamos com a pressão que o movimento feminista (e olha que sou eu mesma uma feminista) e as mães e avós nos direcionam. “Não tenham filhos cedo, não casem, não acreditem em homem, não caiam na conversa mole daquele gato porque ele é um exemplar do modelo que não deu certo na fabricação do marido e amante ideal”. Ai, que emaranhado de besteiras. Não existe uma fórmula ou um manual. E se existisse, ninguém leria. Eu nunca li manual de nada, não seria da minha vida que o faria. Bom, esse é outro assunto. O que eu quero dizer é que é muito difícil ser diferente num mundo rotulado e rotulante, é muito difícil ser única no meio de tantas perfeições, e perfeita onde já tem tanto desinteresse.

Acordar todos os dias e ver um lugar diferente, uma pessoa tentando te conquistar, e se deixar ser conquistada, um olhar de surpresa pra cada atitude carinhosa, isso por si não dá espaço a decepção.

Falar é fácil, como sempre. Agir diferente e ter um retorno disso é o grande desafio. Será que um dia eu vou consiguir agir como se fosse conquistar o mundo, acumulando só a vontade disso e não o cansaço e o hábito?! Seria mais fácil se muita gente entrasse no clima, ou pelo menos um exemplar imperfeito da espécie humana do gênero masculino. Isso já me daria um bom incentivo. Vejamos. Fica como surpresa se conseguir.

E pra eu enfiar um clipe na jugular de vez, vai passar “Diário de uma Paixão” no mesmo canal, ás 21 horas. Ou seja, as chances de eu ir na reabertura do bar-minha-segunda-casa da abnegada modelo da espécie humana do gênero feminino aqui ir com a cara inchada é enorme. Eu vou, definitivamente ver o filme, e certamente ao bar. Então. Que meus olhos ensopados sejam só uma nova maneira de me enxergarem. Pronto, a surpresa já começou.
Letícia De Castro
(esperando inspiração pra escrever um diário)