4 de agosto de 2009

Ser gorda, olha só, não engorda





Já viram que pessoas magras sempre se acham gordas perto de outras mais gordas?
Adoro concordar!!!



Gente, eu sou o que se pode chamar de gordinha light. Nada de comidas leves ou refrigerante zero, explico. Nunca tive problemas com minha auto-imagem, nunca deixei de sair e abafar, nunca quis morrer porque uma roupa não me entrou e jamais permiti que alguém me fizesse acreditar que não era bonita. Aliás, modéstia nunca foi meu forte. Sou, então, o que se pode chamar de gordinha com cabeça de magra. Isso existe? Até agora sim. Mas vejo que o futuro não vai ser assim tão amigo. As coisas precisam mudar e as minhas roupas diminuírem. Sucumbi e admito que dietas sem fim já não resolvem mais. Aliás, pensando bem, vou me ajeitar com a lei, e um jeito radical, pois emagrecer, hoje em dia, parece coisa prevista no Código Penal. Um crime os quilos a mais. Um crime hediondo ser gorda. Até a Gripe A (H1N1) resolveu sacanear o povo size plus. Queria dizer assim: Ô, não está na hora de cada um olhar para o seu umbigo? No caso os que ainda conseguem, claro? Mas o fato é não posso deixar que as complicações apareçam. Olívia (minha filha de 14 meses) iria me cobrar.

Esses dias fiquei pensando na frase preferida do povo brasileiro: a esperança é a última que morre. Gente, combinemos que é uma agonia sem fim esse negócio. Se tudo der um resultado como final de novela, ótimo. Mas se o último capítulo for mais para Romeu e Julieta, haja lágrima. Bom, eu sou gordinha desde que nasci. No início é fofo, e até uma obrigação. Tudo pra que a criança seja amada, conquistando a tudo e a todos. Conforme o crescimento avança, e em alguns casos para os lados, a coisa toda complica. Berros ou palavras de ordem para a coitada da criança não comer. Adultos obesos por trauma de mãe histérica, anoréxicas por trauma de mãe histérica, bulímicas por trauma de mãe histérica. Sempre é culpa da mãe, inclusive quando elas não existem. Daí sim, claro que é falta de mãe. Não é meu caso, porque não me encaixo em nenhuma das alternativas anteriores, mas confesso que seria mais simples de justificar. (Eu sorri?)
Bom, o caso, povo, é que ser gorda, não engorda. Parece que algumas pessoas precisam ficar falando que estão gordas ao lado de outras que, visivilmente, são maiores. Que sacanagem é essa? Ficar perto de gordo, não engorda. Não há crédito de calorias entre duas pessoas que se encontram. Pelo menos não nos modos formais.
Então, magras, testemunho meu: quando passarem por uma gordinha sorridente e feliz consigo mesma, relaxem, ela não vai provocar uma reação química capaz de engordar seus corpos magros. Sou assim há mais de 30 anos e sempre fui feliz. Tentei engordar minhas estagiárias que vestiam 36, mas só evoluí para o 37,5. Nunca deixei de fazer nada na vida pelos quilos que cultivei. Sempre saudável, nunca havia percebido o risco do peso a mais, mas depois da década que nos separa da adolesência para nos empurrar à vida adulta vi que era hora de mudar. Vou, finalmente, me submeter a uma cirurgia pra mudar de estilo. De uma vida com rostinho cheio e alegre, terei que reconhecer no espelho as bochechas magras, mas ainda assim rosadas de blush. Essa vai ser a minha vez de sair do casulo. Espero que goste do resultado. E que fique claro, felicidade não tem tamanho. Talvez tenha nome, idade e até conta bancária, mas dificilmente tamanho.

Um comentário:

Jusselen Maria Nunes disse...

Muito legal! Amei!!!!
Jusselen